8. Tráfico de fauna silvestre.


Aline Borges do Carmo, Patrícia Carla Barbosa Pimentel, Eva de Carvalho Aroucha, Eliana Medeiros, Samanta Levita Coutinho
DESTINAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES APREENDIDOS NO CETAS CHICO MENDES (SALVADOR/BA) DOS ANOS DE 2004 A 2007

Resumo:
Recentemente, questões relativas à fauna silvestre apreendida, mais especificamente, sua destinação adequada, têm sido alvo de debate, tanto da sociedade científica, como de órgãos governamentais ligados à gestão ambiental. No ano de 2008, foi lançada uma legislação específica tratando deste assunto, estabelecendo inclusive um prazo para que as instituições que trabalham com recepção e destinação de animais silvestres se adequassem à nova realidade. Tal questão é de extrema importância, visto que, ainda hoje, muitas vezes, estes animais são soltos sem os devidos cuidados, de forma totalmente aleatória. Por outro lado, a destinação destes animais ao cativeiro nem sempre é viável, visto que a maior parte deste contingente não é de interesse de zoológicos e outras instituições legalmente aptas a recebê-los. O CETAS Chico Mendes, localizado no município de Salvador, na Bahia, é o único local na região para onde animais apreendidos pelas autoridades ambientais, entregues espontaneamente pela população ou resgatados em áreas urbanas podem ser encaminhados legalmente. Este trabalho procurou avaliar as destinações dadas a estes animais desde a reabertura da estrutura, em 2004 até o ano de 2007. Para isso, foram consultados os relatórios anuais produzidos neste período. Foi constatado que apenas uma pequena parte dos animais apreendidos puderam ser devolvidos à natureza vinculados a projetos técnicos específicos, conforme previsto atualmente na nova norma. Esta situação é preocupante, na medida em que se está lidando com uma rica biodiversidade, considerada patrimônio de todo o povo brasileiro. Faz-se necessário e urgente, dadas as limitações de ordem técnica e financeira com que os órgãos ambientais se confrontam, uma maior participação da comunidade científica no envolvimento destas questões, para que as destinações de fauna silvestre apreendida estejam legalmente amparadas e cientificamente embasadas. A realização de convênios com universidades, que já vem acontecendo, deve abranger esta atividade, de modo também a propiciar uma melhor capacitação de estudantes de medicina veterinária e ci6encias biológicas para o futuro exercício da profissão. Em contrapartida, os resultados de pesquisas assim realizadas poderão propiciar melhoria no manejo e nos trabalhos de destinação destes animais.